terça-feira, 11 de outubro de 2011

Revival dos discos de vinil

Por @fabiohosoi  (Colaborador R&S)

Muitos pensavam que o futuro residia na musica exclusivamente digital. Tal previsão mudou para sempre a vida das gravadoras já que, digitalmente, tudo que é reproduzível é copiavel. Todas as tentativas de bloquear esta regra foram implacavelmente frustradas. Numa figura do passado foi encontrada a solução, pelo menos para um mercado interessante e nem tão pontual quanto possa parecer, mas importante e grande o suficiente para chamar a atenção de grandes centros comerciais: o disco de vinil.

Este interesse baseia-se em fatos simples e claros. O som do vinil é analógico e possui mais frequências sonoras do que um CD. O compact disc tem um som comprimido, pois sua natureza digital corta diversas frequencias teoricamente inaudíveis, mas que interagem de formas  diferenciadas, impossibilitando várias ondas que um sinal analógico possibilita. Isto por si só é prova suficiente para justificar a superioridade qualitativa sonora de um bom LP.

Portanto, toda propaganda feita exaltando a qualidade superior da música digital era uma mentira. Cabe ressaltar que um vinil prensado, como se prensa um cachorro quente, não pode ser comparado a um CD bem feito, masterizado corretamente e bem queimado. Assim como um CD, queimado a partir de arquivos de baixa qualidade, não pode ser comparado a um vinil de 180 gramas prensado a partir de uma master bem trabalhada. E exatamente atrás destes bons vinis é que estamos atrás.

Nem só de gramatura vive o vinil

Numa primeira análise lembramos dos DJs, sejam eles de música eletrônica, rap ou soul, ritmos que se beneficiam da prolificidade do meio para alimentar este mercado frenético, muitas vezes calcado em saudosismo. 

O exemplo mais claro é o que ocorre no mercado de música soul, no qual gravadoras como a Motown eram fábricas incessantes de música. A empresa lançava uma grande quantidade de EPs 7 polegadas, que eram triados por "especialistas" em busca do novo grande astro. Não é de se espantar que muitos nomes dignos de nota foram injustiçados e engavetados.

Com esta lista enorme de possibilidades, um grande grupo de aficionados saem a procura de qualquer coisa que possa conter uma boa música. Como estes discos são limitados e as pérolas estão escondidas e subcotadas, poucas cópias restam em bom estado. Em alguns casos, existem apenas uma ou duas cópias. No afã de esconder, muitos DJs promovem atos estúpidos como retirar o label para que ninguém consiga identificar aquele som, tornando-o exclusivo do seu set.

Não é apenas no soul onde a procura incessante acontece. No reggae, ska, rocksteady, dub, punk/hardcore e suas vertentes, metal, jazz... Em todos os ritmos existem aficionados no garimpo por tesouros escondidos.

Qual a graça para quem não ganha, apenas gasta com isso?

Assim como os bons marketeiros e desenvolvedores de produtos gostam de fazer, a questão do vinil é uma experiência diferenciada, muito distante de apenas clicar no arquivo e por-se a ouvir o que quer que seja. Envolve o contato com o disco, ver os sulcos, analisar se o disco está empenado, verificar a capa e encarte de tamanho diferenciado, que mesmo no caso de um 7 polegadas é bem maior do que a arte da capa de um CD player. E após colocar o vinil na vitola, se contam os sulcos maiores, escolhendo a faixa, manipulando o braço e a agulha, encaixando no caminho, gerando aquele ruído característico e só ai temos música.

Tanto faz se a faixa legal, o tesouro da ilha, está na 3, 5 ou 12. O auge do álbum, que muitas vezes é desenvolvido num projeto conciso, num conceito onde cada faixa tem seu papel, é acessível de forma tão simples quanto a primeira faixa do CD.

Vale ressaltar que para melhor experiência, além da pick-up, o toca disco propriamente dito, é legal possuir um bom amplificador e caixas potentes. Ouça em alto e bom som, nem que seja de vez em quando, para sentir os graves te balançarem, os médios te cutucarem e os agudos te furarem. Este poder do som,que influencia o tato, você nunca terá ouvindo num fone ou caixa de som pequena. Não precisa ser alto a ponto de estourar tímpanos ou incomodar o vizinho. Mas se for para ouvir baixinho, continue no mp3!

Um comentário:

  1. Não fui da epoca do vinil haha
    seguindo =)

    http://seriesbooksmovies.blogspot.com

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